Chevrolet Cruze Station Wagon 1.7 vcdi (2012)

"Fiel à sua política de vender automóveis a preços realistas, a Chevrolet propõe uma carrinha que, no seu conjunto, tem argumentos convincentes. Há poucos dias, a responsável de uma marca queixava-se de andar sempre em contracíclo. Na época em que se vendiam automóveis em Portugal a bom ritmo não tinha uma gama atraente. Agora, dispõe das melhores propostas de sempre, mas os portugueses não compram. Provavelmente, a Chevrolet lamentará o mesmo. Para além de uma gama variada, passou a propor recentemente um produto muito apreciado por cá - uma carrinha média-, que corre o risco de não ser popular quanto o seu potencial permite. E não será por culpa própria, mas apenas e só do clima económico.
Há quem opte por carrinhas por estas serem, muitas vezes, mais bonitas do que os carros que lhe deram origem. Ora, se o Cruze já tinha caído no goto dos portugueses, o principal estava feito. No restante, a secção traseira, a Chevrolet não arriscou, optou por linhas clássicas e o conjunto resulta equilibrado e agradável ao olhar.
Por dentro, há coisas que explicam como é que a Chevrolet consegue ter um dos melhores - se não o melhor -, precário adaptado ao mercado português. No tablier não há superfícies moles, como é cânone no segmento, os plásticos são todos rijos e os pilares do pára-brisas (A) são forrados a plástico e não a tecido como em alguns rivais.

Em vez desses revestimentos moles, a Chevrolet colocou tecido em algumas zonas. Já o computador de bordo tem um grafismo tão básico que faz lembrar os jogos de computadores ZX Spectrum. Mas nada disto impediu a Chevrolet de obter um interior agradável ao olhar. Já o computador inclui funções pouco comuns como a tensão da bateria ou o registo dos últimos consumos por períodos de 5km.
O motor 1.7 turbodiesel já tem um longo historial, com vários níveis de potências e evoluções tecnológicas, ao serviço da GM. Mas a sua aplicação no Cruze é, sem dúvida, a melhor de que temos memória. Desde logo por ter uma resposta correcta para esta carrinha, adequada ao transporte de uma família e respectiva bagageira. Além disso, está bem insonorizado e funciona com suavidade.

No entanto, evidencia alguma tendência para ir abaixo nos arranques. Outro aspecto menos agradável foi a média conseguida neste: cerca de 7 litros. Mas tendo em conta que o mesmo foi realizado durante os primeiros 700km de vida desta unidade, por certo que haverá margem de progressão. Até porque a Chevrolet já está em sintonia com as actuais preocupações de baixar consumos e emissões, dotando o Cruze de indicação de mudança mais correcta a engrenar e de Star&Stop (desliga o motor durante as paragens e volta a ligar no momento de arrancar).
Na generalidade, esta carrinha Cruze é agradável de conduzir. Quando se exagera em curva, a frente tende a alargar a trajectória, mesmo em piso seco. Se a aceleração for ainda mais pronunciada, é possível fazer escorregar um pouco a traseira. Reacções que não se verificam em condução normal e não chegam a colocar o condutor em apuros, uma vez que as ajudas electrónicas estão lá para evitar que a diversão se transforme em susto.

Em curvas pronunciadas, a carroçaria tem tendência para adornar e, em auto-estrada, por exemplo, notam-se algumas oscilações desta sobre as rodas. Não sendo nada de preocupante para um veículo familiar, não se coaduna com uma marca que exibe um orgulhoso autocolante no vidro traseiro a lembrar que foi campeã de construtores por duas vezes (2010 e 2011) no Mundial de Carros de Turismo.
A Chevrolet pede 23.950 euros por esta versão LTZ, a mais equipada (e bem recheada). Por algum equipamento a menos, a variante LT custa menos mil euros. Valores competitivos e que honram a value for money que a Chevrolet gosta de apregoar.

Luz de filtro de partículas acende-se em modelos novos

Ter um carro novo e ver uma luzinha a acender no painel de instrumentos pode ser assustador. Por isso, para evitar preocupações desnecessárias, a Chevrolet fez um panfleto a aconselhar uma consulta do livro de instruções no caso de a luz do filtro de partículas se iluminar, sinal de que este precisa de ser limpo. Para obstar ao problema, o livro recomenda conduzir durante cerca de 15 minutos acima dos 50km/h e acrescenta que a "limpeza é mais rápida a velocidade e cargas de motor elevadas".

Prós e contras
+ Motor, bagageira, equipamento, preço
- Espaço atrás, consumos acima do esperado, algumas poupanças, ausência de leitor de CD

Mecânica
Motor: diesel, dianteiro, 4 cilindros em linha, 1686cc, 16 válvulas
Tracção: dianteira
Alimentação: injecção directa, por conduta comum, com turbo
Potência: 130cv às 4000 rpm
Binário: 300 Nm entre as 2000 e as 2500 rpm
Caixa: manual de 6 velocidades

Dimensões
Comprimento: 4675 mm
Largura: 1797 mm
Altura: 1521 mm
Peso: 1475 kg
Mala: 500 L
Depósito: 60 L

Prestações
Velocidade máxima: 200 km/h
Aceleração 0-100 km/h: 10,4 s

Consumos
Combinado: 4,5 L/100km
Emissões CO2: 119g/km

Preço
23.950 euros"



fonte: público, outubro 2012

1 comentário:

pete

value for money, é pena os consumos

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