O governo francês vai conceder garantias de sete mil milhões de euros à PSA Peugeot Citroën para que a unidade bancária do grupo automóvel (Banque PSA Finance) possa financiar-se a custos razoáveis e fazer face ao aumento da sua dívida
"De acordo com os novos dados, o passivo deverá aumentar mais 20% do que o inicialmente previsto.
O apoio estatal vai permitir ao Banque PSA Finance emitir nova dívida e, em contrapartida, o governo francês e os trabalhadores vão passar a ter representantes no conselho da administração desta entidade, de acordo com o administrador financeiro da instituição, Jean-Baptiste de Chantillon, citado pela Bloomberg.
Em paralelo, a empresa está a negociar com os financiadores da Banque PSA Finance para aumentar em mil milhões de euros a linha de crédito da instituição e rever alguns dos termos dos seus financiamentos de 10,5 mil milhões. O objectivo é garantir que a instituição tem “funding” garantido até 2015.
Com a garantia do estado francês, a Peugeot espera conseguir manter os custos de financiamento controlados, por forma a que não haja impactos nos juros cobrados aos clientes da instituição. Enquanto durar o apoio estatal, o segundo maior fabricante de automóveis da Europa, a seguir à Volkswagen, não poderá pagar dividendos nem comprar acções próprias.
Esta quarta-feira de manhã, as acções do grupo estavam a cair cerca de 3%, acentuando a desvalorização de 46% evidenciada desde o início do ano e que colocou o valor da Peugeot em redor dos dois mil milhões de euros.
“O ambiente competitivo está a ficar mais duro, com a crescente pressão sobre os preços e a deterioração dos mercados do Sul da Europa”, sublinha a Peugeot em comunicado. Nos primeiros nove meses do ano, as vendas de carros do fabricante francês recuaram 13%. Em Julho, o grupo anunciou que vai eliminar 8.000 postos de trabalho e encerrar uma fábrica localizada perto de Paris. No âmbito do seu plano de reestruturação, a Peugeot vendeu activos e aumentou o seu capital em mil milhões de euros.
As acções da Peugeot estão a reagir em queda a esta ajuda estatal, sofrendo uma queda de 7,8%, para mínimos de, pelo menos, 1989."
fonte: jornal de negócios, outubro 2012
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