Jaguar XF Sportbrake 2.2D Classic (2013)

Introduzido em 2001 e descontinuado em 2009, o Jaguar X400 foi um carro controverso devido à ligação com a Ford. Baseado no Ford Mondeo, este veículo foi bem construído e o design de Geoff Lawson não era totalmente desinteressante e foi talvez o melhor e mais prático X-Type, especialmente com o motor turbodiesel da PSA/Ford. Três anos depois a Jaguar finalmente reconheceu o erro e introduziu uma versão própria do seu sedan XF, agora conhecido como Sportbrake.

Este é um carro de carga esbelto, projetado para fazer oposição aos alemães Mercedes-Benz Classe E, BMW Série 5 e Audi A6. O Jaguar XF Sportbrake tem a plataforma "Ford/Jaguar DEW98" que nunca foi destinada para acomodar a carroçaria de uma carrinha, mas a equipa de design de Ian Callum conseguiu introduzir uma caixa de carga à plataforma original. Em termos estéticos é uma das carrinhas mais elegantes do mercado com um design limpo e minimalista.

O interior do XF é confortável e esteticamente agradável, mas o tabelier não é o mais simples e intuitivo que existe no mercado. Para manusear é necessário ler atentamente o manual de instruções e os gráficos do painel de bordo são algo complexos. O travão de mão é electrónico, no entanto há espaço suficiente para um manual.

A posição do assento é perfeitamente ajustável, especialmente em altura, que parece destinada a acomodar tanto pessoas grandes como pequenas. Os pilares A são bastante espessos e obscurecem a vista. Há muito espaço na parte de trás para três adultos e a mala de 560 litros com os assentos rabatidos está ao melhor nível do mercado. Só é superada pela Skoda Superb.

Em movimento sentem-se vibrações da estrada chegando até à direcção. Por um lado é bom saber o que está a acontecer sob as rodas da frente, mas por outro já não é tão agradável sentir as vibrações irritantes nas costas do assento, o que leva a questionar se a Jaguar fez a melhor opção ao usar um chassis com 12 anos de idade para um carro desta categoria. Talvez a marca inglesa não desejasse investir muito numa nova plataforma.

A direcção assistida electronicamente tem um bom tacto mas a precisão não é a melhor, isto porque se a bagageira estiver carregada é incompatível com uma condução desportiva em curvas apertadas, o que faz ter a sensação de alguma rígidez no conjunto. Este carro talvez não seja o melhor para as estradas portuguesas porque sentem-se bem as irregularidades do piso no interior do habitáculo.

O motor do XF Sportbrake apenas está disponível na versão diesel, pois a marca inglesa está ciente que este é um modelo mais vocacionado para transportar a família. O bloco turbodiesel de 2,2 litros, de quatro cilindros derivado da parceria Peugeot/Citroën/Ford será responsável pela maioria das vendas, mas foi especialmente construído segundo as especificações da Jaguar, incluindo um reservatório de óleo novo.

Os sistemas de segurança auxiliam a condução e dão uma resposta à altura o que dá confiança ao condutor.

O sistema de start-stop é novo. Há um controle inteligente do pinhão de arranque e uma segunda bateria para acelerar o reinício do carro, minimizando o tempo de arranque. O sistema também desliga o motor se o cinto de segurança é pressionado e o pedal travão pressionado. Ele trabalha discretamente, embora ocasionalmente se sinta uma resposta tardia para reiniciar o motor. Tem o inconveniente de, por vezes, ser difícil perceber exatamente por que razão o sistema se desliga.

A caixa de mudanças é automática com oito velocidades dando tracção às rodas traseiras. Em modo desportivo as relações das mudanças são mais longas para proporcionar maior binário ao motor, mas ocasionalmente salta inesperadamente para a próxima mudança quando se está a manobrar no estacionamento.

Uma caixa com oito velocidades pode parecer um pouco excessiva, mas para atingir uma economia de consumo são necessárias relações curtas.
A excessiva troca de mudanças faz o XF Sportbrake parecer uma máquina de costura.

Portanto não é um carro veloz, mas é rápido nas mudanças. Tem o seu próprio ritmo e cadências e em alta rotação o som emitido pelo motor mais parece tirado de um filme da saga Star Trek.



O Jaguar XF Sportbrake é um esforço de aprimoramento ao nível da economia, mas tem falta de carisma ou inovação. Com este modelo a Jaguar apenas preencheu uma lacuna no mercado, mas deveria ter pensado mais cedo e colocado um pouco de mais de tempo e dedicação no modelo.



Concorrentes
BMW 520d SE Touring
Mercedes-Benz Classe E
Audi A6 Avant 2.0-litre TDi

Prós e contras
+ Estética, qualidade geral, consumo, espaço, comodidade
- Caixa automática, painel de comandos pouco intuitivo, suspensão e vibrações a bordo, chassis obsoleto, falta de carisma que é próprio da marca

Mecânica
Motor: Diesel, dianteiro, 4 cilindros em linha, 2179cc
Tracção: traseira
Alimentação: injecção directa, com turbo
Potência: 197cv às 3500 rpm
Binário: 332 Nm às 2000 rpm
Caixa: automática de 8 velocidades

Prestações
Velocidade máxima: 220 km/h
Aceleração 0-100 km/h: 8,2 s

Consumos
Combinado: 5,1 L/100km
Emissões CO2: 139g/km

Preço
a partir de 52.815€

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