Fiat Scia, concept (1993)

Depois de um concurso de design em 1991 entre famosas casas de design italiano para refazer o pequeno Cinquecento, a Fiat renovou a experiência dois anos mais tarde, atribuindo a nove delas a responsabilidade de conceber um veículo, com livre criatividade, mas tendo como base o novo Fiat Punto.
Os resultados foram decepcionantes, mas houve um que sobressaiu e acabou por vencer a competição. O Fiat Scia foi a grande surpresa. Foi projectado e desenhado por John Kinsey no Centro de Estilo da Fiat em colaboração com a Carrozzeria Maggiora e apresentado ao público no Salão do Automóvel de Turim de 1993.

A palavra Scia significa o despertar de um barco, e que serviu de inspiração ao modelo. A forma da carroçaria é semelhante ao casco de um iate. O pára-brisas é idêntico ao de uma lancha desportiva. O cockpit, devido à sua simplicidade, também procurou referências nos barcos.

O Scia é, portanto, um roadster spyder desportivo sem capota. Como um casco de um barco, apresenta formas fluídas e uma linha de cintura em torno de todo o veículo marca a diferença, que tanto serve para definir a forma do capôt como do pára-choques traseiro.

Um design bastante simples e inteligente que aproveita essa linha forte para suprimir todos aqueles excessos de recortes habituais na carroçaria que se vêm nos remates de pára-choques e capôts dos carros.

Na frente uma abertura fina e minimalista serve de grelha. Os quatro faróis redondos recuados dentro dessa abertura procuram passar despercebidos. Onde é que você encontra este estilo? Nos Alfa Romeo's 159.

A traseira afilada e proeminente, como um convés bem ao estilo náutico confere porte ao modelo. Os faróis traseiros em dois pares de tiras alongadas horizontais dão um ar futurista. Ao centro uma ligeira barbatana. O interior concebido por Darrin Caddes é muito espartano. Três manómetros redondos embutidos no tabelier marcam a simplicidade. Os assentos ultra-finas são fixos, mas a posição pode ser modificada, deslocando o volante e os pedais.

As rodas têm jantes, também, minimalistas. Um disco de liga metálica leve vazado por quatro círculos. Parecem-lhe familiares?


Sim. Este estilo de linguagem das jantes também serviu de inspiração às jantes da Alfa Romeo e, inclusivé à gama Gti da Volkswagen. Um elogio portanto. Para concluir uma discreta linha central ao eixo marca a simetria.

Um carro de formas simples e intemporal e que ainda causa boa impressão. Só peca por não ter chegado à produção. Aliás serviu à Fiat para testar a opinião do público para o futuro roadster Barchetta, modelo este menos elegante.

Alguns pormenores serviram de base para os Alfa Romeo's que se seguiram, como a grelha com os quatro faróis, a linha de cintura no Alfa Romeo Spyder ou ainda o desenho dos farolins traseiros para o Fiat Barchetta, que significa pequeno barco em português. Mas este Scia ficou bastante melhor do que o Barchetta.

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