Já aqui escrevemos sobre o Mini Paceman, que está entre um SUV e um coupé. Não é carne nem é peixe, ou melhor é um SAC (sports activity coupé). O Paceman deriva do Countryman mas apresenta uma silhueta diferente ao estilo coupé tal como se pode ver, por exemplo, no Range Rover Evoque. Agora a Mini apresentou a versão Cooper do Mini mais anti-mini de todos. É verdade o Paceman é mesmo a antítese da Mini, ou seja um carro comprido e largo. Este Paceman Cooper vem com um bloco 1.6 diesel de 112cv com turbo de origem BMW, apresentando consumos económicos e um bom comportamento dinâmico, mas está longe de ser um carro desportivo.
O botão Sport, em opção, torna a direcção assistida mais directa e o acelerador mais vivo, mas é insuficiente para conferir uma condução desportiva a este Cooper D Paceman. Cooper é mesmo só o nome. Talvez a intenção fosse mesmo a poupança dos consumos. Mas esquecendo isso este veículo apresenta linhas mais fluídas do que os restantes Mini's principalmente atrás onde, pela primeira vez, as ópticas são horizontais e alongadas à imagem do Citroen DS. E isso pode ser visto como uma heresia à imagem tradicional da Mini que sempre se caracterizou por ter ópticas verticais atrás. Àparte de tradicões e inovações, no global os materiais são bons e os acabamentos são agradáveis ao tacto.
A condução do Cooper D Paceman é agradável. As relações entre velocidades da caixa de mudanças estão bem estruturadas. O sistema start-stop automático, de origem, ajuda a poupar combustível e energia nas travagens. Um indicador no painel de bordo ajuda o condutor a engrenar a mudança mais correcta para uma condução amiga da carteira e do ambiente. No entanto, por mais cuidados que o condutor tenha, é difícil atingir os valores anunciados pela marca. Em vez de 4,4L/100km seria mais correcto falar-se em 6,3L/100km. Uma diferença considerável. Um ponto positivo deste bloco é a sua elastecidade em recuperações e a energia suficiente para mover 1375kg de peso, principalmente em subidas inclinadas.
O Mini Cooper D Paceman é estável em curva apesar da altura maior que o habitual. Devido ao perfil mergulhante a traseira é mais estreita, o que dificulta a visibilidade em manobras de marcha atrás. Tanto o lugar do condutor como do pendura são bons e espaçosos. Já atrás não se pode dizer o mesmo. Os materiais são bons. O painel de bordo é ao estilo Mini mas tem algumas diferenças. Por exemplo os comandos dos vidros agora localizam-se nas portas. Existe agora uma calha central para colocação de objectos vários que pode ser iluminada à noite e prolonga-se atrás. Ou seja a divisão tradicional à frente é repetida atrás. Algo pouco comum.
A capacidade da mala não é das melhores e isso pode prejudicar os percursos de longas distâncias. Quanto ao preço arranca nos 28.450€ o que pode ser uma entrave para muitos consumidores pois há outras opções no mercado por um preço mais acessível. Talvez a vantagem deste modelo seja mesmo o design original. No entanto pode ser um contra-senso pois Mini há só um e esse é irrepetível. Quem agradece este tipo de Mini's mais avantajados é mesmo o mercado americano mais apto a veículos de grandes dimensões. Aliás a Mini conseguiu captar uma quota de mercado nos Estados Unidos com o Countryman e agora aproveitou para repetir a receita para lançar uma variante com o Paceman.
Mecânica
Motor: Diesel, dianteiro, 4 cilindros em linha, 1599cc, 16 válvulasTracção: dianteira
Alimentação: injecção directa por rampa comum com turbo geometria variável
Potência: 112cv às 1750 - 2250 rpm
Binário: 270 Nm às 5600 rpm
Caixa: manual 6 velocidades
Prestações
Velocidade máxima: 187 km/hAceleração 0-100 km/h: 10,8 s
Consumos
Combinado: 4,4 L/100kmEmissões CO2: 115g/km
Preço
a partir de 28.450€Prós e contras
+ Estética, qualidade geral
- Preço, consumo distante do anunciado, visibilidade atrás, capacidade da mala
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