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Carros automáticos, uma utopia ou uma realidade próxima?
Quando se fala em carros automáticos, ou veículos autónomos, vem à memória uma antiga série televisiva de ficção "Automan" que tinha como protagonista um veículo (Lamborghini) que se conduzia sozinho fazendo ângulos de 90º sem qualquer dificuldade a desafiar as leis da física. Poder sentar-se num carro, traçar um destino e descansar enquanto a viatura faz tudo sozinho é um cenário que pode estar mais próximo do que se pensa, mas há algumas incertezas, barreiras e infrastruturas que necessitam de ser pensadas já que as nossas vias de comunicação não estão preparadas para isso.
Sistemas de auxílio à condução, uma aproximação ao carro automático
A Google tem uma viatura automática que circula numa zona fechada na Califórnia a uma velocidade reduzida para auxiliar pessoas com dificuldade de deslocação. É um projecto piloto, por enquanto. Mas há marcas de automóveis que já implementaram alguns sistemas inovadores que se aproximam do conceito de viatura automática. Falamos do cruise control ou do parqueamento automático, um gadget bastante útil para quem tem dificuldades em estacionar. E já existem apps que possibilitam procurar lugares vagos. No fundo são sensores e câmaras instaladas no veículo que fornecem uma série de dados que permitem à viatura gerir e regular a velocidade ou deixar conduzir-se a um determinado ponto. Agora uma viatura que se conduz sozinha é algo mais complexo.
A adaptação desta filosofia a veículos eléctricos permite poupar bastante dinheiro com combustíveis e o condutor pode fazer outras coisas enquanto não chega ao destino, como consultar o email, ler as notícias do jornal - online ou em papel - , ou simplesmente relaxar. A Mercedes tem um concept de um veículo automático, cujos bancos podem fazer massagens aos passageiros. A associação deste tipo de mobilidade às novas tecnologias, como apps que permitem identificar qual o melhor caminho a seguir, facilitará a vida do condutor...virtual. A inclusão de ecrãs que permitam ver televisão ou aceder à internet será uma inevitabilidade. Também já existem uma série de aplicações que permitem executar alguns comandos da viatura apenas com um smartphone.
Prós e contras
Para se alterarem hábitos e sistemas já amplamente implementados e testados há sempre que pesar os prós e os contras. Desde já há uma coisa que surge logo como não pensada e que necessita de jurisdição própria. A quem atribuir as culpas em caso de acidente quando o veículo se conduz sozinho? Essa é uma incógnita importante. Atribuir a culpa à marca ou o condutor deve estar em sentinela? Patrick Line colocou um vídeo no Youtube que se intitula "The ethical dilemma os self-driving cars". Um dos objectivos da implementação dos veículos autónomos é reduzir drasticamente o número de acidentes mas caso aconteçam é difícl identificar os culpados.
Há alguns aspectos técnicos nos carros automáticos que podem melhorar a eficiência do veículo. Por exemplo a eliminação dos espelhos esxteriores permite obter ganhos aerodinâmicos, se substituídos por câmaras. O problema é quando as câmaras se avariam não há possibilidade de ter visão à retaguarda. Se o carro se conduz sozinho é provável que a posição de condutor com pedais e manípulo de mudanças desapareça.
As máquinas não são infalíveis
No entanto, apesar disto tudo, há que ter em conta que as máquinas não são infalíveis e não podemos confiar a 100% nelas. Basta recordar o filme "2001 Odisseia no Espaço" quando a máquina passou a comandar os próprios ocupantes. Será sempre importante às marcas oferecer alguma alternativa que permita a qualquer passageiro que viaje no interior accionar algum mecanismo de segurança. A robustez e eficácia dos sistemas de segurança são a peça chave para o sucesso do carro automático. Os ocupantes não poderão estar 100% dependentes da máquina. Para além disso se os meios electrónicos automáticos falharem é importante oferecer uma alternativa "analógica" que permite conduzir a viatura em modo manual.
As desvantagens da dependência informática
Já existem alguns modelos automóveis que podem simplesmente bloquear a ignição por algum problema informático e o condutor não tem outra alternativa do que levar o carro à oficina para actualizar o "maldito" software. Agora imagine um carro automático ficar com o sistema operativo crashado, tal como acontece com o Windows. Esse é uma grande desvantagem em relação aos sistemas analógicos.
Vulnerabilidade a ataques informáticos
Os crimes informáticos com ataques de hackers não são feitos apenas na internet. Telemóveis com tecnologia smartphone já são alvos de ataques e recentemente um grupo de hackers conseguiu, até, entrar no sistema informático de um modelo 100% eléctrico da marca Tesla. Por isso há que tornar os sistemas operativos mais seguros e menos vulneráveis a ataques de intrusos indesejáveis. O próprio crime de carjacking - roubo de viaturas - tenderá a ser feito com auxílio a hackers informáticos.
Por enquanto o projecto do carro automático ainda não passa de uma utopia, mas os testes já estão a ser feitos pela Google e Apple. É uma realidade que se aproxima mas que necessita de amadurecimento. O segredo é a alma do negócio e a experiência armazenada, que ainda é muito reduzida, é importante para se verificar a eficácia dos sistemas.
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2016,
automaticos
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