A bateria mais eficiente de sempre
A investigadora portuguesa Helena Braga inventou juntamente com o cientista John Goodenough um novo tipo de bateria. É mais eficiente, mais rápida de carregar e pode ter várias aplicações - telemóveis e automóveis eléctricos. Esta invenção promete revolucionar o mercado automóvel.
Recorde-se que John Goodenough foi um dos inventores da bateria de iões de lítio em 1980 e que hoje tem uma aplicação generalizada na indústria automóvel. Esta nova bateria vem suceder precisamente a essa anterior descoberta. Helena Braga e John Goodenough são ambos investigadores na Universidade do Texas.
Quais os obstáculos que o mercado de carros eléctricos necessita de ultrapassar para ser mais competitivo? Essencialmente custo de fabrico das baterias e a sua autonomia. Eis aquilo que o novo tipo de bateria é capaz de responder.
Bateria de iões de lítio vs nova bateria de vidro
A nova bateria tem inúmeras vantagens que são mais valias consideráveis capazes de tornar as baterias de iões de lítio completamente obsoletas.
Primeiro pode ser carregada em poucos minutos contra as actuais várias horas que são necessárias nas baterias comuns. Depois a sua capacidade de armazenamento de energia é três vezes superior face às baterias comuns.
A capacidade de armazenagem superior é a grande vantagem capaz de eliminar de vez o handicap existente entre os carros eléctricos e carros a combustão.
A barreira que falta para os carros eléctricos se imporem em definitivo face aos carros a combustão reside na sua escassa autonomia. Mas com esta nova bateria o problema parece resolvido.
Por outro lado esta nova bateria oferece uma longevidade superior e é mais leve. O segredo da nova bateria está no material usado - o vidro. Difere das baterias comuns de iões de lítio, essencialmente, por não necessitar de líquidos.
Ou seja a nova bateria é de estado sólido e o líquido condutor de electricidade é substituído por um electrólito de vidro mais eficiente e seguro que elimina o risco de curto-circuito e consequente explosão.
Para além disso o vidro evita a deterioração da bateria após carregamentos rápidos. O uso de vidro (sódio) em substituição do lítio, uma matéria prima rara na natureza, irá fazer baixar substancialmente o preço final das baterias.
Ou seja a nova bateria tem outra grande vantagem de ser low-cost. O vidro também tem outra vantagem: é capaz de manter a condutividade a baixas temperaturas. Essencialmente os electrólitos de vidro são mais leves, mais baratos, não inflamáveis e não tóxicos.
Isto irá fazer com que esta nova bateria seja mais barata de fabricar por usar um material mais acessível na natureza. Há ainda outro trunfo a não esquecer: a nova bateria é mais segura uma vez que, ao não precisar de líquidos, irá acabar com os curtos-circuitos.
Finalmente chegou a bateria que faltava aos carros eléctricos, capaz de ombrear com os carros a combustão. Uma bateria mais segura, de baixo custo, com elevada capacidade de armazenagem de energia e uma longevidade superior.
A sua chegada ao mercado poderá demorar dois anos, ou menos, dependendo da vontade e capacidade da indústria em assimilar a nova tecnologia. John Goodenough e Helena Braga acreditam que esta "descoberta resolve muitos dos problemas das baterias actuais".
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