"Desde há uns anos que a Fiat concentrou esforços naquilo que tradicionalmente a coloca numa posição de vantagem: o fabrico de carros pequenos. E, com o Panda, a marca italiana volta a unir a agilidade citadina e a economia dos consumos a um certo espírito de todo-o-terreno. O Panda mostra-se sempre disponível para andar por cima de toda a folha - o que ajuda a enfrentar as vicissitudes urbanas: buracos, troços em calçada, carris de eléctricos ... A sua veia "TT" está ainda impressa no seu rosto, nos pára- choques ou nas marcadas cavas das rodas - e ganhará outro fôlego com o lançamento de uma versão 4x4, que deverá chegar ao mercado no início de 2013. Mas, na versão 4x2, também passa por cima de tudo como se não fosse nada, garantindo uma condução confortável e destemida.
E, se accionada a função City já conhecida de outros modelos, a direcção torna-se francamente leve e solta (ajudando sobretudo ao estacionamento). Os 69cv do 1.2 ensaiado revelam-se bastantes para fazer face ao trânsito da cidade, mostrando que este Panda é atrevidote o suficiente para se desembaraçar de uma ou outra complicação. No entanto, com um torque de 102 Nm, é vê-lo suar as estopinhas numa qualquer subida mais acentuada. Ainda assim, a caixa, de cinco velocidades, permite dar algum ânimo às prestações (mas as marcas do consumo médio escalam acima dos sete litros).
De qualquer das formas, este não é um carro para fazer gosto ao pé, mas para agradar à carteira, conseguindo um consumo abaixo dos seis litros em circuito urbano - valor ajudado pela melhoria na aerodinâmica e utilização de pneus com baixa resistência ao rolamento, promovendo a poupança de combustível e níveis mais baixos de emissões.
Não estando entre os mais bonitos do seu segmento - a VW com o Up!, por exemplo, consegue encher o olho com um carro pequeno (e arrebatou o título de Carro Mundial do Ano no início de Abril) -, a Fiat trabalhou no sentido de suavizar o aspecto quadradão que lhe é atribuído: chega agora com linhas mais arredondadas, sobretudo na frente redesenhada, marcada por faróis que, alongados, ajudam a formar o desenho do capot. A Fiat chamalhe um estilo "squircle" - "squ" de square (quadrado) e "ircle" de circle (círculo) - mostrando-se disposta a trabalhar o lado estético sem descurar os aspectos funcionais, responsáveis por vendas que ascendem a 6,5 milhões de veículos em três décadas (o primeiro Panda foi lançado em 1980) e que em 2004 lhe valeram o título de Carro Europeu do Ano.
Aliás o Panda lançado em 2004 foi um carro muito bem conseguido, que ainda hoje tem uma estética agradável e clássica, que tem conseguido resistir ao tempo.
A preocupação pelo ADN Panda mantém-se no interior, que beneficia do facto de o carro ter crescido mais de 10cm em comprimento e mais de seis em largura. Números que garantem mais espaço e a certeza de acomodar cinco pessoas - três no banco traseiro sentam-se sem dificuldade, embora não reste milímetro de espaço -, além de permitirem uma interessante capacidade de bagagem (225 litros que podem crescer até aos 870 com os bancos traseiros rebatidos).
No lugar do condutor, o bloco central mostra-se funcional e chega apetrechado com uma série de mais-valias menos usuais num Panda como um volante com comandos multifuncionais.
Os extras trazem porém uma inflação no preço que, num carro pequeno, se quer sobretudo isso mesmo: pequeno - a versão base custa desde 11.000€, pronto a competir com o Up! de cinco portas ou com o Peugeot 107, mas longe de se revelar por aí uma primeira escolha.
O tablier é ainda, de certa forma, algo revivalista, ao integrar um espaço de armação sobre o porta-luvas em concha, tal como acontecia com os primeiros Pandas. No conjunto, é de tal forma evidente o gosto pelo quadrado arredondado que não é fácil decidir se os criativos da Fiat conseguiram um look equilibrado ou se simplesmente caíram no exagero.
Um aviso: é melhor lavar bem as mãos antes de entrar e tocar em qualquer coisa. Os tecidos que forram bancos e estrutura primam pelo bom gosto, mas não se mostram muito amigos da descontração, tal a facilidade com que se sujam - bastam algumas gotas de chuva a entrar ou a sair do carro para o tecido ficar desde logo marcado.
Peugeot 107
- Materiais interiores que se sujam com facilidade, equipamento, preço pouco competitivo
Potência: 69cv as 5500 rpm
Binário: 102 Nm as 3000 rpm
Cilindros: 4 em linha
Válvulas: 8
Alimentação: Injecção indirecta de gasolina
Tracção: Dianteira
Caixa: Manual de 5 velocidades
Suspensão: Independente, tipo McPherson, com braços oscilantes inferiores transversais ligados a travessa auxiliar à frente e de rodas interligadas através de eixo de torção, atrás
Direcção: de pinhão e cremalheira, com assistência eléctrica (Dualdrive com função City)
Travões: Discos, com 257mm, à frente; tambor de 203 mm atrás
Largura: 164,3 cm
Altura: 155,1 cm
Peso: 940 kg
Pneus: 175/65 R14
Capac. depósito: 37 litros
Capac. mala: 225 litros (260 com bancos deslizantes e 870 com bancos rebatidos)
Aceleração 0/100 kmlh: 14,2s
Consumo misto: 5,2 litros/100 km
Emissões de CO2: 120 g/km
fonte: Público, junho 2012
E, se accionada a função City já conhecida de outros modelos, a direcção torna-se francamente leve e solta (ajudando sobretudo ao estacionamento). Os 69cv do 1.2 ensaiado revelam-se bastantes para fazer face ao trânsito da cidade, mostrando que este Panda é atrevidote o suficiente para se desembaraçar de uma ou outra complicação. No entanto, com um torque de 102 Nm, é vê-lo suar as estopinhas numa qualquer subida mais acentuada. Ainda assim, a caixa, de cinco velocidades, permite dar algum ânimo às prestações (mas as marcas do consumo médio escalam acima dos sete litros).
De qualquer das formas, este não é um carro para fazer gosto ao pé, mas para agradar à carteira, conseguindo um consumo abaixo dos seis litros em circuito urbano - valor ajudado pela melhoria na aerodinâmica e utilização de pneus com baixa resistência ao rolamento, promovendo a poupança de combustível e níveis mais baixos de emissões.
Não estando entre os mais bonitos do seu segmento - a VW com o Up!, por exemplo, consegue encher o olho com um carro pequeno (e arrebatou o título de Carro Mundial do Ano no início de Abril) -, a Fiat trabalhou no sentido de suavizar o aspecto quadradão que lhe é atribuído: chega agora com linhas mais arredondadas, sobretudo na frente redesenhada, marcada por faróis que, alongados, ajudam a formar o desenho do capot. A Fiat chamalhe um estilo "squircle" - "squ" de square (quadrado) e "ircle" de circle (círculo) - mostrando-se disposta a trabalhar o lado estético sem descurar os aspectos funcionais, responsáveis por vendas que ascendem a 6,5 milhões de veículos em três décadas (o primeiro Panda foi lançado em 1980) e que em 2004 lhe valeram o título de Carro Europeu do Ano.
Aliás o Panda lançado em 2004 foi um carro muito bem conseguido, que ainda hoje tem uma estética agradável e clássica, que tem conseguido resistir ao tempo.
A preocupação pelo ADN Panda mantém-se no interior, que beneficia do facto de o carro ter crescido mais de 10cm em comprimento e mais de seis em largura. Números que garantem mais espaço e a certeza de acomodar cinco pessoas - três no banco traseiro sentam-se sem dificuldade, embora não reste milímetro de espaço -, além de permitirem uma interessante capacidade de bagagem (225 litros que podem crescer até aos 870 com os bancos traseiros rebatidos).
No lugar do condutor, o bloco central mostra-se funcional e chega apetrechado com uma série de mais-valias menos usuais num Panda como um volante com comandos multifuncionais.
Os extras trazem porém uma inflação no preço que, num carro pequeno, se quer sobretudo isso mesmo: pequeno - a versão base custa desde 11.000€, pronto a competir com o Up! de cinco portas ou com o Peugeot 107, mas longe de se revelar por aí uma primeira escolha.
O tablier é ainda, de certa forma, algo revivalista, ao integrar um espaço de armação sobre o porta-luvas em concha, tal como acontecia com os primeiros Pandas. No conjunto, é de tal forma evidente o gosto pelo quadrado arredondado que não é fácil decidir se os criativos da Fiat conseguiram um look equilibrado ou se simplesmente caíram no exagero.
Um aviso: é melhor lavar bem as mãos antes de entrar e tocar em qualquer coisa. Os tecidos que forram bancos e estrutura primam pelo bom gosto, mas não se mostram muito amigos da descontração, tal a facilidade com que se sujam - bastam algumas gotas de chuva a entrar ou a sair do carro para o tecido ficar desde logo marcado.
Concorrentes
Volkswagen Up!Peugeot 107
Prós e contras
+ Agilidade nas manobras e condução confortável mesmo em piso pouco "amistoso", interiores espaçosos- Materiais interiores que se sujam com facilidade, equipamento, preço pouco competitivo
Mecânica
Cilindrada: 1242ccPotência: 69cv as 5500 rpm
Binário: 102 Nm as 3000 rpm
Cilindros: 4 em linha
Válvulas: 8
Alimentação: Injecção indirecta de gasolina
Tracção: Dianteira
Caixa: Manual de 5 velocidades
Suspensão: Independente, tipo McPherson, com braços oscilantes inferiores transversais ligados a travessa auxiliar à frente e de rodas interligadas através de eixo de torção, atrás
Direcção: de pinhão e cremalheira, com assistência eléctrica (Dualdrive com função City)
Travões: Discos, com 257mm, à frente; tambor de 203 mm atrás
Dimensões
Comprimento: 365,3 cmLargura: 164,3 cm
Altura: 155,1 cm
Peso: 940 kg
Pneus: 175/65 R14
Capac. depósito: 37 litros
Capac. mala: 225 litros (260 com bancos deslizantes e 870 com bancos rebatidos)
Prestações
Velocidade máxima: 164 km/hAceleração 0/100 kmlh: 14,2s
Consumo misto: 5,2 litros/100 km
Emissões de CO2: 120 g/km
Preço
12.000€"fonte: Público, junho 2012
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