Novo esquema de circulação no Marquês Pombal e Av. da Liberdade

A circulação na Av. da Liberdade e na rotunda do Marquês de Pombal vão sofrer alterações em Setembro e ficará num período experimental até Dezembro. "Com os dados recolhidos durante este período experimental, será possível avaliar da operacionalidade do modelo proposto, corrigindo e adequando a solução final antes da sua implementação definitiva", lê-se na proposta camarária. Trata-se de uma proposta que tem por base as conclusões de um estudo sobre tráfego e emissões poluentes, realizado pela Universidade de Aveiro.

Nas faixas laterais da Av. da Liberdade é suprimida uma faixa de estacionamento e altera-se o sentido de trânsito, enquanto que no eixo principal desaparece uma faixa dando lugar a um separador central com duas faixas de cada lado. Uma alteração de fundo em toda a avenida, tanto no eixo central como nas laterais, é a proibição de virar à esquerda, que no modelo atual é uma das causas dos engarrafamentos."As faixas laterais deixam de poder concorrer com o eixo central", diz Costa, presidente da CML.
Por sua vez, a grande novidade será mesmo o novo desenho da rotunda do Marquês de Pombal que em vez de uma terá duas rotundas com três vias para interior (ligações às Avenidas da Liberdade e Fontes Pereira de Melo, e rua Joaquim António de Aguiar) e duas vias para a rotunda exterior (restantes movimentos). A rotunda interior será a principal rotunda, pois garantirá os principais movimentos na praça enquanto que a rotunda exterior, por onde circularão os transportes públicos, terá duas faixas e assegurará as ligações às restantes vias que confluem no Marquês de Pombal (Rua Braancamp e Avenida Duque de Loulé). Este novo formato de rotunda designa-se de "turbo-rotunda", no entanto irá gerar caos no início pois os portugueses não estão habituados a este formato. Sendo assim, o trânsito passa a circular em duas rotundas concêntricas separadas por passeios e espaços verdes.

O objectivo destas medidas é reduzir o tráfego automóvel nesta zona da cidade, dar mais espaço aos peões e ciclistas, diminuir a poluição e aumentar os espaços verdes. Um pouco como as Ramblas em Barcelona, onde o trânsito é secundarizado não havendo faixa central para automóveis, dando primazia aos peões.
O ACP pronunciou-se sobre estas alterações e está contra as novas medidas que, segundo o seu parecer, gerará “mais congestionamentos de tráfego, mais atropelamentos” e o fim do comércio local.
O ACP defende que o controlo da poluição na avenida pode ser feito através de uma melhoria da eficácia do sistema de semáforos. Já na rotunda “com apenas duas vias e com dimensão limitada, a rotunda exterior terá pouca capacidade para processar a agregação de fluxos de tráfego individual, de transporte colectivo, de paragem e estacionamento turísticos e de acesso às actividades”, justifica.

Devolver a Avenida ao peão

A Avenida da Liberdade será um espaço público para as pessoas e não um espaço ocupado pelos carros", salienta o autarca. As laterais estarão, assim, vocacionadas para o acesso local e o estacionamento.
No total, na Avenida da Liberdade, em vez das onze faixas atuais (sete de circulação, cinco delas no eixo central, e quatro de estacionamento) haverá oito (seis de circulação, quatro das quais no eixo central, e duas de estacionamento). Será alargado o espaço para passeios junto aos edifícios, que terão mais dois metros.


Av. da Liberdade em 1879

Depois do que foi feito na praça do Comércio, saúdam-se estas intenções pois, como se sabe, a Av. da Liberdade é um local bastante poluído (embora não chegue ao recorde do túnel do Marquês). Mas se as medidas propostas causarem um aumento de engarrafamentos, então a ideia inicial sai arruinada. Uma das causas de poluição é o pára-arranca proporcionado por demasiados semáforos para quem sobe a avenida. Portanto, eliminar o atravessamento de peões nesta via seria o ideal, criando pontes pedonais de ligação entre os dois lados (a solução de túneis não é viável devido à questão da segurança, só aproveitando as saídas do metro). Para além disso suprimir o cruzamento de veículos entre a Av. Liberdade e as ruas perpendiculares aumentaria a fluidez do trânsito, tornava desnecessária a existência de semáforos e diminuiria a poluição.

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