O interior espaçoso, de cinco lugares, beneficia da qualidade superior dos materiais de revestimento e do rigor da montagem. No entanto, os ocupantes posteriores ganham muito se forem apenas dois, pois o assento do meio está mais à medida do apoio de braços que incorpora os comandos do ar condicionado.
O que, porém, verdadeiramente distingue esta de outras versões é a ausência de ruído do motor na hora de carregar no botão da ignição. Isto porque o arranque está a cargo do motor eléctrico, com até 54cv e 210 Nm de binário, montado logo a seguir ao bloco 2.0 litros TFSI, de injecção directa a gasolina e sobrealimentado, de 211cv e 350 Nm. A gestão dos diferentes modos de funcionamento decorre de forma suave, em função do nível de carga das baterias de iões de Iítio, e da precisa transmissão automática tiptronic, de oito velocidades. Só em caso de aceleração muito brusca, sobre pisos menos aderentes, a entrega de potência às rodas dianteiras se processa de maneira mais impetuosa, que pode sobressaltar os menos prevenidos.
Tirando isso, o sistema funciona com primor, permitindo que se desça a auto-estrada no Monsanto a recarregar as baterias (através da desaceleração ou de travagens regeneradoras de energia), a subida para as Amoreiras a um ritmo eficiente (controlável no painel de instrumentos), e se percorra o túnel do Marquês de Pombal sem qualquer emissão ou gasto de combustivel (o modo EV, accionado por uma tecla, possibilita deslocações de três quilómetros, a uma velocidade até 60 km/h, com o veículo em modo totalmente eléctrico). O sistema automático Start-Stop também ajuda a conter os consumos, mas a média andará acima dos oito litros.
A direcção assistida electromecânica proporciona um controlo preciso por trajectos mais sinuosos, onde será aconselhável ter presente a ausência do sistema de tracção integral quattro e as dimensões avantajadas do A8, apesar da carroçaria em alumínio. É que a agilidade desta berlina de luxo impressiona, quando se esquece por momentos o desempenho ecológico e se adopta uma condução mais vigorosa, tirando proveito da função boost resultante da conjugação dos motores de combustão e eléctrico. O modo Sport da transmissão, aliado à regulação mais firme da suspensão pneumática, torna tudo mais fácil e surpreende como o controlo de estabilidade corrige com prontidão trajectórias próximas dos limites. Importa, no entanto, antecipar eventuais imprevistos que nos fazem descer à terra. A alternativa passa por desfrutar da comodidade de viajar sobre um tapete voador mecânico.
A limitação da capacidade da bagageira a 335 litros, por causa do espaço ocupado pelas baterias, atrás dos bancos, pode ser uma condicionante, mas no resto o A8 Hybrid está bem dotado de equipamento. O preço não é para todos e na viatura testada subia aos 107.175€, devido aos seis mil euros em extras principalmente de conforto, como o parking system advanced (590€), cortinas eléctricas (615€), bancos comfort com memória (2310€) ou a pintura metalizada (1305€).
Mecânica
Motor: Combustãp a gasolina, frontal, 4 cilindros em linha, 1984cc + motor eléctricoTracção: dianteira
Alimentação: injecção directa
Potência motor combustão: 211cv entre as 4300-6000 rpm
Potência motor eléctrico: 54cv
Potência combinada: 245cv
Binário motor combustão: 480 Nm às 1500-4200 rpm
Binário motor eléctrico: 210 Nm
Caixa: automática 8 velocidades
Prestações
Velocidade máxima: 235 km/hAceleração 0-100 km/h: 7,7 s
Consumos
Combinado: 6,3 L/100kmEmissões CO2: 147g/km
Preço
a partir de 101.110 euros"fonte: público, dezembro 2012
1 comentário:
Ainda aquém dos japoneses