Citroën C-Elysée 1.6 HDi (2013)



A marca do 'double chévron', ao apresentar o C-Elysée, procura apostar em soluções flexíveis que dêm resposta para variados mercados. A actual crise que a PSA Peugeot Citroën atravessa advém da falta de quota nos mercados fora da Europa. E como a Europa está em contenção há que apostar noutros horizontes. O C-Elysée, cujo nome é assumidamente francês e vem de Champs Elysées, é uma berlina clássica de três volumes mais global que pretende implementar-se noutros países para além da Europa.

Quanto ao mercado português, mais afoito por carrinhas e hacthbacks, este modelo em forma de berlina poderá não captar muita simpatia. Mas como vivemos numa era de crise económica o C-Elysée é um carro a merecer atenção. Oferece espaço a bordo, é económico e os preços são acessíveis. A versão diesel 1.6 HDi de 92cv será, certamente, a preferida dos portugueses.

Este é um veículo novo, começado do zero e que partilha a plataforma do C3. O C-Elysée é, antes de tudo, um projecto que procura a honestidade. A austeridade que o grupo PSA está a obrigar às suas marcas levou a que Citroën e Peugeot repençassem as suas filosofias. O C-Elysée procura buscar o essencial do conforto deixando de parte alguns luxos supérfluos. Mas em contrapartida oferece espaço, fiabilidade e um preço mais em conta com os tempos que se vivem.

Em termos estéticos o C-Elysée é uma berlina sóbria minimalista e de linhas clássicas, a fazer lembrar, pela volumetria, antigos modelos da Peugeot que tanto sucesso fizeram. É, por isso, um regressar às origens. Ao contrário do que se faz actualmente na indústria automóvel, o C-Elysée oferece bom espaço para os passageiros de trás, melhor que os da frente. O único pormenor extravagante do C-Elysée são as ópticas traseiras que se prolongam pela lateral e apanham os vincos que vêm desde as portas. Um pormenor que confere alguma dinâmica e quebra o classicismo do conjunto.

Para reduzir custos houve necesside de cortar em algumas partes. A qualidade dos materiais ressente-se, mas não deixa de ter algum mérito o jogo estético final conseguido. Um aspecto menos positivo reside na bagageira que emite um ruído de pouca robustez. Quanto ao motor, o 1.6 HDi a gasóleo de 92cv, é já bem conhecido pelo grupo PSA e é garantia de fiabilidade e muitos km de testes em cima.

A caixa de velocidades é manual de cinco relações. O desempenho do motor é confortável, mesmo em subidas íngremes. O carro revela um comportamento satisfatório em recuperações e a resposta é pronta. A suspensão é confortável, como já é hábito nas marcas francesas. Portanto é um veículo estável e seguro. Talvez falte uma sexta velocidade para percursos mais longos.

Mas como referiu-se atrás, este é um projecto ao estilo "low-cost" e há que reduzir custos.

O valor de consumo anunciado na casa dos 4,1L/100km não anda longe do verificado em teste (5,1L/100km). Talvez com o andar de km's o valor se aproxime mais. Mas pelo menos, e ao contrário de outras marcas, é um valor honesto e não enganador. O C-Elysée não dispõe de sistema de star-stop o que encareceria o preço.

Ao nível de equipamento o C-Elysée resume-se ao essencial. Oferece de série o controlo de estabilidade, airbags frontais e laterais. Mas saliente-se este aspecto curioso: o equipamento que oferece é todo de série. Não há opções. E isto é um (grande) trunfo quando comparado com, por exemplo, marcas alemãs. O cliente que compre o C-Elysée sabe o custo real do veículo e não é enganado por equipamento extra posto à parte. Aqui não há enganos ou custos escondidos.

A única opção mesmo é a pintura metalizada, mas essa é uma opção universal que todas as marcas praticam.

Um aspecto negativo no C-Elysée é o espaço à frente. O volante só é regulável em altura. Os banco também são limitativos quanto à regulação. A proximidade dos bancos prejudica a condução e o conforto. Existem também poucos espaços para arrumo de objectos. Em compensação a bagageira é ampla e se rebater os bancos traseiros há espaço com fartura. Trás ainda um tradicional pneu suplente.

Prós e contras
+  relação preço / equipamento, consumo, espaço atrás
-  espaço à frente, ruído da bagageira, falta de zonas de arrumos

Mecânica
Motor: Diesel, dianteiro, 4 cilindros em linha, 1560cc, 8 válvulas
Tracção: dianteira
Alimentação: injecção directa por conduta comum, com turbo
Potência: 92cv às 4000 rpm
Binário: 230 Nm às 1750 rpm
Caixa: manual de 5 velocidades

Dimensões
Comprimento: 4427 mm
Largura: 1715 mm
Altura: 1466 mm
Peso: 1170 kg
Mala: 506 L
Depósito: 60 L
Pneus: 195/55 R16

Prestações
Velocidade máxima: 180 km/h
Aceleração 0-100 km/h: 12,4 s

Consumos
Combinado: 4,1 L/100km
Emissões CO2: 108g/km

Preço
a partir de 19.308€

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