Mini Paceman (2013)



A Mini lançou o Paceman, um Mini em formato coupé e maior do que o habitual. Agora que este tipo de veículos estão na moda, algumas marcas apostam neste segmento: pequenos mini-SUV's mas em formato de coupé. Apesar de parecerem grandes por fora, não são propriamente espaçosos por dentro, pois apresentam um tecto baixo. É aquilo a que se chama "form follows function".

A frente do Paceman é a do Countryman, mas o tecto foi rebaixado atrás conferindo ar de coupé. É mais comprido, mais largo e mais alto que um Mini vulgar. A Mini refere, aliás, que este é o primeiro SAC (Sports Activity Coupe) do mundo. No entanto se olharmos bem, antes de se inventar esta designação já a Nissan e a Range Rover tinham colocado no mercado o Juke e o Evoque. O que surgiu primeiro, o ovo ou a galinha?

A designação Paceman no porta bagagens levanta confusão. Até agora só se via One, Cooper ou Cooper S. De frente o Paceman pode ser confundido com o Countryman, mas ao olharmos para trás e de perfil nota-se a diferença. Basicamente é um Countryman de duas portas com ar mais desportivo. Ou então uma versão maior do Mini tradicional mas com sistema AWD.

Como se referiu a frente é a cara do Countryman. Até aqui nada de novo. Ao passarmos para a lateral as coisas mudam. O tecto é mais baixo na parte de trás conferindo um perfil mergulhante. Os ombros traseiros estão mais esculpidos. Mas quando passamos à parte de trás as coisas mudam radicalmente. E é aqui que o Paceman se distingue dos outros Mini's ao apresentar uma traseira inovadora com ópticas horizontais em vez das tradicionais verticais.

A traseira foi, claramente, inspirada no Citroën DS3, o grande sucesso de vendas em França. As ópticas traseiras dos modelos da Mini são mesmo o calcanhar de aquiles e a marca como que "copiou" as ópticas do DS3 que teve bastante aceitação junto do público jovem. A Mini ao romper com o espírito retro faz um elogio ao design francês. Talvez a escolha estética esteja relacionada com a ideia de transmitir a ilusão de maior amplitude. Faróis horizontais tornam o carro mais largo enquanto que verticais tornam-no mais alto.

O Paceman, mais largo, maior e com quatro rodas motrizes serve de resposta ao mercado americano. Como é sabido o público americano não está habituado a carros pequenos e o Mini não é o carro ideal. Mas com a introdução do Countryman as vendas da Mini dispararam nos EUA. A Mini não ficou indiferente e decidiu oferecer um Countryman mais musculado, desportivo e com tracção às quatro rodas para satisfazer as exigências do consumidor americano. Ou seja o pacote preferido dos padrões americanos.

Em certos aspectos o Paceman está menos Mini. Continua a parecer o Mini mas o tamanho aumentou. E pode-se colocar a pergunta: não estará a Mini a cair na tentação da moda dos carros grandes? Ora não faz sentido um carro grande designar-se de Mini. Históricamente a Mini sempre se baseou em carros pequenos, daí o nome da marca, para satisfazer um mercado europeu. A Mini não pode ir mais além deste formato senão a BMW, detentora da marca, correrá o risco de arruinar a génese do emblema inglês.

Este carro é, aliás, um exemplo da fórmula "design follows form". Resultado disso são os lugares traseiros bastante baixos. Não é propriamente um carro de família, mas antes um modelo urbano com design desportivo, de espírito da moda, destinado a um público jovem que procura prazer de condução, escapadelas fora de estrada e, acima de tudo, um Mini de dimensões maiores. Enquanto a versão base de 1.6 litros com 121cv só oferece tração a duas rodas, já no modelo mais potente de 181cv é possível optar pelo modo AWD. E aqui o divertimento está garantido.

Em modo desportivo (em opção) é possível endurecer a direcção e tornar o acelerador mais sensível. Em conjunto com a tracção total torna o Paceman numa máquina de divertimento genuína.
No entanto a suspensão do Paceman fica muito aquém do desejado. Em contrapartida fica mais próximo da condução de um carro de rally.

E é uma pena que a Mini não tenha tido muito sucesso nos ralys com o Countryman.

Agora vai ser possível conduzir um Mini com tracção integral em trajectos exigentes ao estilo rally.

Mas não se pense que o Paceman é um puro off-road de espírito todo-o-terreno. A imagem é enganadora, pois parece um crossover. Na realidade, comparativamente com um Mini vulgar, a distância ao solo é que é maior. Quanto à capacidade da mala do Paceman é competente quanto baste, mas para viagens de férias pode revelar-se curta. Mesmo rebatendo os bancos traseiros o espaço é insuficiente. Até um modesto Hyundai Accent consegue oferecer mais espaço. Como aspecto positivo, o porta-bagagens é de abertura ampla que facilita o carregamento de carga.

Prós e contras
+ prazer, divertimento, design inovador, estilo único, consumo
- regulação dos bancos, botões de controlo, visibilidade traseira, lugares traseiros, suspensão, volume exterior é enganador pois oferece espaço limitado, espírito Mini, espaço de bagageira, preço

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