Renault Zoe (2013)



Portugal foi até há pouco tempo líder nas infraestruturas para carros eléctricos. O actual governo, por razões desconhecidas, decidiu desinvestir na mobilidade sustentável. E por isso a Renault decidiu apresentar o Zoe em Lisboa sabendo das infraestruturas que abundam na cidade. O Renault Zoe é um veículo utilitário de cinco portas totalmente eléctrico e que será posto no mercado em Abril de 2013.

O Renault Zoe é uma grande aposta da marca francesa e por isso o marketing e preparação da apresentação irá durar cinco semanas. A apresentação, feita em Portugal, contará com 700 jornalistas de todas as partes do mundo, curiosos por este tipo de veículos, que poderá marcar uma viragem no sector automóvel. O Zoe faz parte de uma gama de veículos eléctricos disponibilizados pela Renault e é produto de uma parceria com a Nissan, que já tem o eléctrico Leaf no mercado há algum tempo.

Para além do Zoe a Renault tem mais modelos eléctricos. O Fluence ZE (um sedan familiar), o Kangoo ZE (comercial) e o Twizy (pequeno veículo de cabine aberta). A maneira como o mercado irá absorver os modelos eléctricos ainda é uma incógnita. No entanto a Renault tem apostado em força neste sector. A autonomia ainda é um dos handicaps dos veículos eléctricos. Por isso mesmo os híbridos têm ganho terreno ao possibilitarem dois modos de condução não estando totalmente dependentes da electricidade.



A Renault disponibiliza os seus veículos eléctricos no mercado com base numa política de aluguer de baterias com um contrato renovável de 36 meses e 12.500km anuais. Enquanto outras marcas como a Nissan ou a Tesla vendem os seus veículos sem exigirem qualquer contrapartida ao cliente, a Ranault obriga ao aluguer da bateria. Ora sendo a bateria um dos componentes mais caros nos veículos totalmente eléctricos, este poderá ser um revés para a marca francesa.

A Renault exige 79 euros por mês para o aluguer das suas baterias. Existem muitos automobilistas que não gastam esse valor num mês com carros a gasolina, a diesel ou mesmo híbridos. Por isso não se perspectiva que o mercado vá aceitar essa imposição quando os actuais veículos a combustão têm mais autonomia e muitos nem chegam a gastar aquele valor durante um mês. Para agravar a situação, Renault refere que as baterias têm de ser substituídas quando a carga é inferior a 75%. Como forma de compensar este custo a Renault inclui assistência em viagem e veículo de substituição gratuitos, e as baterias têm garantia ilimitada.



A autonomia, como se referiu, é ainda um problema dos veículos totalmente eléctricos. Geralmente o cliente compra este tipo de veículos para segundo carro. A autonomia do Zoe é de 210km o que é muito pouco para quem percorre muitos kilómetros diários. O carregamento da bateria do Zoe pode ser feito de forma rápida com o carregador Camaleão. E pode ser feito com potência monofásica ou potência trifásica. Existem vários postos públicos na cidade de Lisboa que disponibilizam o carregamento para o Zoe. Para se carregar o Zoe em casa é necessário adquirir uma Wall-box à Renault, não sendo possível ligar à tomada comum. Isto é mais um custo adicional desagradável e outro handicap.

Outra vantagem que tinha este tipo de veículos, no anterior executivo, era o benefício fiscal na aquisição de 5000€. Actualmente esse benefício foi cortado pelo actual executivo, o que é uma pena. Com pouca autonomia, um preço não acessível a todas as carteiras, e nenhum benefício fiscal isto só desincentiva ainda mais as pessoas a comprarem estes carros. O Zoe usa a plataforma do actual Clio IV, e pode levar cinco passageiros. Em termos estéticos o Zoe tem a frente com a nova linguagem Renault embora os faróis sejam mais esbeltos e não tão abertos como no Clio IV. Outra particularidade deste veículo, e de todos os eléctricos, é que não necessita de tubo de escape.

O Renault Zoe integra o sistema Range Optimizer que optimiza a autonomia mediante a recuperação de energia, nova bomba de calor e pneus exclusivos da Michelin (Energy EV). Este sistema permite ganhos de 25% em circuitos urbanos. No nível de entrada Life, o Zoe vem bem equipado. Obteve 5 estrelas nos testes de colisão Euroncap. O ecrã digital fornece a informação necessária para o condutor.

Esse mesmo ecrã tem como dados vitais a carga da bateria, os kilómetros de autonomia e ainda a velocidade e pode mudar de cor consoante o modo de condução Eco ou Eco-pilot. A Renault oferece cinco anos ou 150.000km de garantia.

O Zoe vem de série com controlo de estabilidade, airbags frontais, laterais e cortina frontais, regulador de velocidade, fixações Isofix, sistema de auxílio a arranque em subida; sistema sonoro de aviso para peões. Trás ainda um sistema multimédia R-Link com ecrã táctil 7'', um sistema climatizador especial, cartão Renault de telecomando, vidros eléctricos à frente.

Para além do nível de entrada Life existem os níveis Intens e Zen que adicionam jantes de 16'', vidros eléctricos atrás, sensores de chuva, sensores de luminosidade, sensores de estacionamento traseiro e câmara de marcha-atrás. A gama Zen ainda disponibiliza um sistema de purificação do ar interior com difusor de aromas, sensor de toxicidade e ionizador de purificação de ar.

Prós e contras
+ Inovação, condução silenciosa, design
- Autonomia, custos adicionais com a renda de bateria, sem modo de carregamento numa tomada doméstica, preço

Mecânica
Motor: Eléctrico síncrono de rotor bobinado
Alimentação: bateria de iões de lítio de 192 células, 400V e 22kWh
Potência: 88cv
Binário: 220 Nm

Dimensões
Comprimento: 4084 mm
Largura: 1730 mm
Altura: 1562 mm
Mala: 338 L

Prestações
Velocidade máxima: 135 km/h
Autonomia: 210km
Tempo de carga: modo standard, Wall-box ou posto público (6 a 9 horas); carga acelerada (1 hora); carga rápida (10 minutos ou 30 minutos)

Consumos
2€ de electricidade / carregamento
Emissões CO2: 0g/km

Preço
21.750€ + 79€/mês (aluguer de bateria)

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