
O novo monovolume da BMW, o Série 2 Active Tourer, é o primeiro modelo da marca alemã com tracção frontal. Sacrilégio? A razão que sempre levou a BMW a optar por tracção traseira prende-se com a reputação da marca que sempre se preocupou com a desportividade dos seus modelos.
Este será o modelo de cariz mais familiar da marca e, provavelmente, o menos divertido de conduzir, mas seguramente confortável. A marca alemã nunca tinha entrado no segmento dos monovolumes compactos. Será que é uma medida para ganhar mais quota de mercado? Será que a BMW quer democratizar o acesso à marca? Será que a BMW necessita destes modelos? Os tempos são outros. Já vimos a Porsche a fabricar carros a diesel, a Aston Martin a produzir microcarros, a Mercedes ou a Audi a colocar citadinos no mercado.

Então porque não a BMW? Desde que haja clientes interessados, desde que haja mercado. Estas medidas permitem às marcas premium alargar o leque de clientes e aumentar o volume de negócio. A única permissa é que os modelos referidos são produtos de luxo para a classe média alta, para a classe média que aspira a ter um carro de luxo por um preço mais acessível, ou ainda como segundo carro para clientes da marca. É uma forma de piscar o olho aos clientes menos abonados, mas atenção porque os preços anunciados pela BMW, por norma, não reflectem o preço final. É necessário acrescentar equipamento e extras que não vêm de série.
Em termos estéticos o Active Tourer é um pequeno monovolume compacto com o ADN BMW, ou seja frente com as clássicas ópticas duplas e grelha de duplo rim cromada, envidraçado lateral com moldura cromada, traseira com farolins de cariz desportivo inspirados em outros modelos da marca e materiais e acabamentos a condizer com os pergaminhos da BMW. Mede 4.32m de comprimento, 1.80m de largura e 1.55m de altura. A bagageira tem uma capacidade de 468L e inclui um alçapão oculto. O interior é confortável e com razoável espaço a bordo, só penalizado na altura devido ao design esguio do tejadilho. Não se poder ter tudo...

O novo Active Tourer é prático e funcional como qualquer monovolume. Dispõe de inúmeras zonas de arrumação. No que toca ao condutor este será servido por um painel de bordo e uma consola central devidamente organizada e sintétizada. Este novo monovolume usa a plataforma UKL1, já estreada no novo Mini mas acrescentou uma suspensão mais elaborada bem como outros pormenores como por exemplo uma frente mais rígida ou um eixo traseiro multibraços para dotar o veículo de mais conforto. O facto de a tracção ser transmitida às rodas da frente também simplificou alguns componentes mecânicos.
A versão diesel 216d com 1.5L, 3 cilindros, bi-turbo e 114cv, será a mais desejada pelo mercado nacional com um preço competitivo de 30.900€, mas chegará mais tarde. Para já é possível analisar a versão 218d que mostra um comportamento competente e oferece conforto mas sem entusiasmar muito, perdendo na comparação directa com rivais de marcas mais generalistas. Mostra alguns pontos negativos como a direcção algo pesada em curva, o motor de resposta menos rápida do que o habitual ou a caixa de velocidades que evidencia alguma aspereza na engrenagem da marcha atrás e ainda o ruído provocado pelo vento a altas velocidades.

No que toca a equipamento e segurança há inúmeras soluções (que inflaccionam bastante o preço final) como volante desportivo em pele multifunções, sistema de controlo de pressão dos pneus, sistema de aviso de colisão, sistema de direção de assistência elétrica variável, sistema eléctrico de fecho da porta da bagageira, sensores de estacionamento, cruise control com função de travagem, sistema multimedia com ecrã a cores de 6.5" que permite ligação a bluetooth e USB. A marca bávara oferece 5 anos ou 100.000 km de garantia, que inclui manutenção programada do veículo.
Modelos a diesel
216d (1.5L, 3 cilindros, bi-turbo 114cv): 30.900€;218d (2.0L 150cv): 36.450€
Modelos a gasolina
218i (1.5L 136cv): 31.590€;225i cxA (2.0L 231cv): 45.300€








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