Sistemas informáticos em automóveis podem tornar-se numa dor de cabeça para o condutor



A Mercedes apresentou o projecto F015 Luxury in Motion, que se conduz sozinho. Por enquanto é apenas um projecto, tal como o veículo da Google. Os carros modernos têm um conjunto de sistemas que disponibilizam ao condutor uma série de informações úteis para facilitar a gestão do equipamento da viatura e melhorar a segurança a bordo. Em comparação com os carros antigos o salto é assinalável. Mediante sensores instalados em vários pontos esses sistemas ajudam o condutor a tomar as decisões mais correctas quer seja, por exemplo, na pressão dos pneus, no consumo ou até na ausência de um cinto de segurança de um passageiro.

No entanto a indústria automóvel tem vindo a implementar certos sistemas informáticos de infoteinment e outros que tornam o equipamento demasiado dependente. Não que tenham algo de malicioso por trás mas a evolução tecnológica do digital em substituição do analógico pode ter alguns dissabores. E há dois exemplos importantes que podem demonstrar isso. Por exemplo os modernos ecrãs tácteis vieram concentrar muitas funções importantes de gestão como o ar condicionado, rádio ou o tipo de condução num único aparelho. Pois se, por um lado, é mais bonito ter menos botões espalhados pelo painel central por outro lado se o ecrão táctil tiver um "bug" informático ou simplesmente deixar de funcionar inviabiliza a gestão desse mesmo equipamento.

"Por favor actualize o software"

O risco de colocar tudo no mesmo cesto é óbvio. Para evitar surpresas no futuro não há nada como os tradicionais sistemas analógicos em separado e que não dependem de sistemas digitais para funcionarem correctamente. Outro exemplo mais flagrante e "intrusivo" pode ocorrer no computador de bordo. Diversas marcas disponibilizam sistemas que enviam mensagens automáticas para o computador de bordo e são mesmo capazes de imobilizar o sistema de ignição se o condutor não reparar a falha. Ou seja, nestes casos, para o condutor voltar a ter o carro a trabalhar terá, primeiro, que apagar ou corrigir a falha informática mediante uma ida (nada barata) à oficina. E nalguns casos essas mensagens são propositadamente programadas para inibir a ignição (sem que haja uma falha mecânica) para obrigar o condutor a gastar dinheiro numa ida à oficina. Apagada a mensagem a ignição fica "desbloqueada".

É uma avaria que pode deixar o condutor de cabelos no ar. A falha no arranque é acompanhada de uma mensagem com um pedido para actualizar o software do computador de bordo, como se este fosse um mero sistema operativo do tipo windows. É o mesmo que sucede quando o windows crasha e aparece o clássico ecrã azul. Nada a fazer há que voltar a instalar o software para voltar a ouvir o barulho do motor. Uma experiência desagradável para qualquer condutor.

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