O novo Smart fortwo está mais atractivo e o exterior já não parece tanto um carro de plástico mesmo apesar de persistirem alguns pormenores construtivos herdados da geração anterior. Continua a ser, claro está, um veículo para duas pessoas e o seu habitat natural é a cidade. A versão descapotável com capota de lona é agradável de conduzir nos dias soalheiros. Esta é a terceira geração do ultra compacto da Smart e agora partilha a mesma mecânica com o novo Renault Twingo, que também tem motor e tracção traseira. A versão cabrio chega em Março.
Olha-se para o exterior e percebe-se claramente que o novo Smart fortwo está mais maduro. Se compararmos com as gerações anteriores nota-se que perdeu aquele ar de carro citadino feito de um conjunto de chapas de plástico em várias cores. A carroçaria está mais trabalhada e foi simplificada a sua composição. Na frente o pára-choques possui uma grelha em chapa microperfurada na mesma cor da carroçaria. Esta grelha destina-se, única e exclusivamente, a arrefecer o radiador, que fica na frente. O propulsor continua atrás.
Uma grelha adicional inferior em baixo relevo em forma de boca, onde se localizam faróis de nevoeiro, dá mais desportividade ao modelo. E assim o fortwo fica a ganhar, perdendo o ar de carro de "bonecas". Os farolins mais amendoados, que integram luzes diurnas em leds, são inspirados nos novos Mercedes, uma marca que faz parte do mesmo grupo - a Daimler. De referir que não se percebe porque na grelha frontal existem duas presilhas salientes nas extremidades. Ora não era preferível tê-las colocado escondidas longe de mãos indesejadas?
Na lateral continua a existir o vinco em baixo relevo na porta que transmite dinâmica ao conjunto. A saia, que pode ser em cor diferente da carroçaria, prolonga-se até à cava da roda traseira e termina no pilar traseiro. Tudo numa peça única que dá mais unidade ao fortwo, deixando de ter um ar demasiado fragmentado. Pena os puxadores continuarem a ser numa peça de plástico. Percebe-se que a ideia é dissimular o puxador evitando colocá-lo em evidência mas continua com ar frágil. Atrás os farolins deixaram de ser feitos em várias peças ficando agrupados num único conjunto, o que acaba por melhorar a imagem. A forma deixou de ser vertical e passou a ser em rectângulo de pontas curvas.
O espaço a bordo continua a ser apertado e atrás o portão traseiro abre-se para recolher a capota de lona. Aqui, por baixo do tapete, localiza-se a alma do fortwo, ou seja o motor. Existem dois tipos de propulsores para o fortwo cabrio: um motor tricilíndrico aspirado de 71cv e um outro bloco também tricilíndrico mas auxiliado por um turbo a debitar 90cv. A caixa pode ser manual de 5 velocidades ou automática de dupla embraiagem com 6 velocidades. Esta, como é mais pesada, torna o fortwo ligeiramente mais lento no arranque sem penalizar o consumo, segundo dados da marca.
Como se referiu o motor localiza-se atrás e a tracção é traseira o que faz com que a condução seja divertida, apesar das performances não serem o ponto forte deste carro. Mas este não é um carro de corrida, é mais um veículo para se apreciar a paisagem de cabelos ao vento. E por falar em cabelos ao vento há que ter em conta que este é um carro que gosta de dormir em garagem uma vez que a capota de lona, com o passar dos anos, vai ganhando folgas o que origina potenciais infiltrações em dias de chuva forte. A nova capota de lona conta agora com três camadas para garantir isolamento térmico e acústico e pode ser aberta ou fechada em 12 segundo de forma automática, mesmo em andamento. As barras superiores do tejadilho podem ser recolhidas manualmente de forma a ampliar ainda mais o campo de visão.
O actual comportamento do fortwo melhorou significativamente em relação à geração anterior. Para isso contribuem três factores. A nova suspensão veio melhorar o conforto a bordo. Um dos pontos fracos do fortwo era a sua estabilidade em alta velocidade, devido ao seu baixo peso. Agora a nova versão conta com um assistente de ventos laterais que garante maior estabilidade. O terceiro ponto é a nova direcção mais precisa e directa. A caixa automática torna o fortwo mais caro em mil euros mas compensa na condução em trânsito intenso.
Se o preço base do fortwo cabrio já o torna num produto de luxo, há ainda a acrescentar que esse mesmo preço é ilusório dado que existe uma lista de opcionais que é paga à parte. Portanto o preço deste veículo é um bocado enganador uma vez que existe uma série de equipamento que pode inflaccionar o preço final. O interior do novo fortwo também está melhor e conta com um ecrã táctil na consola central. Os ventiladores centrais são em forma circular e o volante multifunções é de bom tacto.
Modelos a gasolina
1.0 3 cilindros aspirado (71cv) cxM 5v: 14,4s; 151km/h; 4,3L/100km; 99g/km; 13.450€;1.0 3 cilindros aspirado (71cv) cxA 6v: 15,5s; 151km/h; 4,3L/100km; 99g/km; 14.450€;
0.9 3 cilindros com turbo (90cv) cxM 5v: 10,4s; 155km/h; 4,2L/100km; 97g/km; 15.750€;
0.9 3 cilindros com turbo (90cv) cxA 6v: 11,7s; 155km/h; 4,2L/100km; 97g/km; 16.750€
Prós e contras
+ praticabilidade, condução de capota aberta em dias soalheiros, consumo
- preço base, conjunto de extras que pode inflaccionar o preço final, espaço reduzido da bagageira
Sem comentários: