Comparativo híbridos pela DecoProteste (2011)

"A preocupação com o ambiente e o constante sobe e desce do preço dos combustíveis leva os consumidores a procurar alternativas mais ecológicas na escolha de um automóvel. Os híbridos, que funcionam a gasolina e eletricidade, despertaram o interesse dos portugueses. Só em 2010, foram vendidas mais de mil unidades.
Testámos 12 modelos de categorias diferentes para conhecer o desempenho dos híbridos. Comparámos os resultados com os equivalentes da mesma categoria com motores de combustão interna. Os primeiros poluem menos do que os modelos a gasolina e gasóleo, mas não conseguem ser tão económicos como os últimos. Motivo: o motor elétrico apenas serve de auxiliar ao de combustão, o que acontece com frequência em cidade, mas não em estradas secundárias e muito menos em autoestradas.
Nestes casos, o motor de combustão é o mais solicitado, o que aumenta o consumo. A esperança para ultrapassar esta falha reside nos modelos que funcionam a gasóleo e a eletricidade ou nos híbridos de segunda geração, que permitem alternar entre o motor a gasolina e o elétrico.

Diferentes motores ecológicos

Para tentar conquistar consumidores mais preocupados com o ambiente e mostrar uma faceta ecológica, os fabricantes têm desenvolvido motores mais "limpos". Mas alguns usam uma tecnologia mais cara do que os equivalentes com motores tradicionais e nem todos se revelam uma aposta sem inconvenientes. Os modelos bi-fuel funcionam a gasolina e GPL. A utilização fica assim mais barata devido ao preço inferior do GPL, mas apresentam o inconveniente de terem níveis de emissões idênticos e não poderem estacionar em parques cobertos. Mais: o GPL também é um combustível fóssil, pelo que se mantém a dependência de uma fonte de energia não renovável. Os automóveis híbridos combinam um motor a gasolina ou, mais recentemente, a gasóleo, com um elétrico.
Nos modelos mais antigos, chamados de primeira geração, o motor elétrico serve apenas de auxiliar ao de combustão: não se considera a autonomia. Na prática, as baterias carregam nas travagens ou quando o automóvel desacelera, mas este nunca é movido só a eletricidade. Mas, ao funcionar como auxiliar ao motor de combustão, permite baixar o consumo de gasolina e polui menos.
Os híbridos de segunda geração (ou plug-in) já estão equipados com um motor elétrico que funciona sozinho e cuja autonomia oscila entre os 20 e os 50 quilómetros. Podem ainda ser ligados a uma tomada normal para carregar a bateria ou aos postos de rua MOBIe.
Existem ainda os veículos 100% elétricos que são mais ecológicos, têm custos de utilização baixos, mas uma autonomia limitada a cerca de 150 quilómetros. Outro inconveniente: se a bateria estiver totalmente descarregada, terá de aguardar seis a oito horas para obter a autonomia máxima. Deste modo, estes modelos são mais indicados para as deslocações na cidade.

Kilómetros por cada 100€

Para calcular a poupança dos híbridos face aos seus concorrentes a gasolina e gasóleo, comparámos os valores de consumo misto para o mesmo tipo de combustível.
Para tal, considerámos as médias de cada segmento para viaturas com potência idêntica.
O consumo dos carros híbridos é, em regra, inferior ao de um automóvel equivalente a gasolina, mas não consegue atingir a economia dos veículos a gasóleo. Por exemplo, se abastecermos um pequeno familiar com €100 de combustível, conseguimos percorrer, em média, mais de 1500 quilómetros se o motor for a gasóleo, um pouco menos com um modelo híbrido e menos de 1000 quilómetros com gasolina.
A grande vantagem dos híbridos testados é poluírem menos e, por isso, poderem pagar menos imposto de circulação. Para ter noção das diferenças, comparámos as emissões de CO2, dos modelos testados com automóveis equivalentes ao nível da categoria e motorização.
Verificámos que os veículos a gasolina são os menos amigos do ambiente: face aos híbridos emitem entre 25 e 50 g/km de CO2, a mais. Já a diferença para os carros a gasóleo é inferior a 25 g/km, mas os híbridos continuam a poluir menos. Daqui concluímos que um híbrido a gasóleo será a melhor solução ao nível do consumo e emissões. Os primeiros modelos estão prestes a chegar aos standes.

Utilitários

Toyota Auris 1.8 HSD
+ Um modelo espaçoso e equipado com um motor muito eficiente e poupado. Revela-se ainda um bom exemplo ao nível das emissões, por serem baixas
- A bagageira é pequena e pouco prática, sobretudo se precisar de transportar objetos largos. A elevada eficiência do motor prejudica o aquecimento dos ocupantes. Sobra pouco calor para usar no sistema de aquecimento
Custo/km - €0,39 / €0,40
Preço - €25 413 / €28 575

Lexus CT 200h
+ Interior luxuoso e com excelentes acabamentos. O motor é eflciente e bastante poupado. Registámos emissões de dióxido de carbono muito baixas
- A bagageira é pequena quando comparada com a dos rivais diretos. A utilização dos comandos é pouco intuitiva, sendo necessário algum tempo para o condutor se adaptar
Custo/km - €0,43 / €0,44
Preço - €31 719 / € 32 619

Toyota Prius 1.8
+ O Prius é agradável e espaçoso à frente, além de possuir uma bagageira grande e fácil de carregar. O motor tem um excelente desempenho o que origina baixos consumos
- A visibilidade é um ponto a melhorar neste modelo: não só o espelho retrovisor é pequeno, como a asa traseira a meio da janela fica na linha de visão do condutor. A direção tem um círculo de viragem muito elevado
Custo/km - €0,39 / €0,48
Preço - €27 873 / €37 836

Honda Insight 1.3 Ima i-Vtec
+ O pouco peso do Insight contribui para os baixos consumos deste modelo. Tal reflete-se nas emissões que também são muito reduzidas
- Os passageiros de trás vão sofrer um pouco com a falta de espaço, sobretudo se forem altos, além de serem presenteados com encostos de cabeça muito pequenos. O motor torna-se ruidoso com rotações elevadas
Custo/km - €0,33 / €0,35
Preço - €21 300 / €23 450

Honda CR-Z 1.5 Ima i-Vtec
+ O único híbrido com mudanças manuais testado revela uma direção muito precisa e um elevado desempenho de condução. Os baixos consumos são outro ponto de atração
- Para se destacar com um aspeto desportivo, o espaço na retaguarda foi sacrificado: bagageira pequena e bancos traseiros apertados para adultos e sem encosto de cabeça
Custo/km - €0,36 / €0,43
Preço - €22 430 / €29 230

Honda Jazz 1.3 Ima i-Vtec
+ O motor híbrido é o ideal para um veículo versátil que se adapta à condução em cidade. Pequeno por fora, tem um interior espaçoso. O modo de rebater os bancos dão-lhe pontos na versatilidade
- O motor a gasollna é muito ruidoso quando as rotações aumentam, o que acontece, sobretudo, em autoestrada
Custo/km - €0,31 / €0,32
Preço - €19 250 / €20 850

Grandes familiares

Mercedes Benz S400 Hybrid
+ A Mercedes fabricou um híbrido muito espaçoso e com acabamentos de boa qualidade.
- O espaço interior é grande, mas como os bancos traseiros não rebatem a bagageira é limitada. Este modelo é pouco económico
Custo/km - €1,16
Preço - €104 679

BMW série 7 ActiveHybrid
+ A BMW apresenta um carro com acabamentos de excelente qualidade, espaçoso e um motor muito potente, cujo desempenho faz as delícias dos amantes da condução
- A potência do motor provoca grandes inconvenientes: os consumos são muito elevados, o que faz disparar o custo por quilómetro
Custo/km - €1,47 / €1,54
Preço - €135 545 / €142 715

Lexus LS 600h Longo
+ A Lexus apostou em bons acabamentos e muito espaço interior neste híbrido. Além de confortável, o desempenho da condução deste modelo é muito bom
- Apesar do espaço interior, a bagageira é pequena e pouco versátil para transportar objetos mais volumosos. O motor é pouco poupado e origina um custo por quilómetro elevado
Custo/km - €1,63
Preço - €145 369

SUV

Lexus RX 450h
+ Excelente qualidade de construção, confortável e com bons acabamentos interiores. A tecnologia híbrida permite poupar combustível, em especial na condução em cidade
- Não contempla um verdadeiro sistema de tração às quatro rodas. É, por isso, difícil de conduzir em terrenos acidentados e escorregadios
Custo/km - €0,82 / €0,87
Preço - €66 596 / €72 196

Volkswagen Touareg 3.0 TSI híbrido
+ Interior espaçoso e com excelente qualidade de acabamentos. Os comandos são muito intuitivos de utilizar e o sistema de iluminação muito bom. Ao nível da condução, revela um motor potente e de elevado desempenho
- A visibilidade para a retaguarda é um dos pontos fracos, devido A largura dos pilares interiores. Como o consumo é elevado, o custo por quilómetro é mais penalizador
Custo/km - €1,04
Preço - €86 878

BMW X6 ActiveHybrid
+ Veículo espaçoso e com acabamentos de elevada qualidade. Equipado com um motor muito potente que se traduz numa condução de elevado desempenho num carro de 2,6 toneladas
- A visibilidade para a retaguarda é quase nula. Entrar e sair do carro não é tarefa fácil e pode originar algumas cabeçadas no teto, por este ser baixo. O elevado custo por quilómetro deve-se ao consumo e preço de compra pouco convidativos
Custo/km - €1,57
Preço - €146 358"

A grande vantagem dos híbridos é o seu funcionamento em cidade no pára-arranca. Aí batem todos os outros.
Curioso o facto de as marcas nipónicas oferecerem modelos utilitários e topo de gama.
Já nas marcas alemãs é preciso ir para viaturas topo de gama para encontrá-los, o que revela alguma falta de confiança destas marcas face a esta tecnologia para disponibilizarem-na em veículos mais acessíveis. Não se percebe bem quais são os clientes alvo para viaturas híbridas de 100 mil euros ou mais, que gastam tanto como as berlinas luxuosas e são mais caras. Certamente quem tem dinheiro para gastar aquela quantia nunca olhará para as poupanças de combustível...será mais uma questão de moda a escolha de um híbrido.

Espera-se que os híbridos a diesel consigam um consumo ainda menor. Pelo menos a Volkswagen anuncia a produção do modelo diesel híbrido XL1 a partir de 2013, com uma média de consumo de combustível de apenas 0,9 litros por cada 100 quilómetros, no entanto ainda não passa de um projecto.

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