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Sergio Marchionne assumiu a presidência executiva do grupo Fiat em 2004, quando a marca italiana esteve quase à beira da falência. Marchionne era um gestor que não tinha nenhuma experiência no sector automóvel e gozava de um estatuto especial na família Agnelli, a grande detentora da Fiat. A sua a ida para o comando foi um risco dado que o grupo acumulou nessa altura prejuízos de 6 mil milhões de euros. Mas a experiência não é tudo e no ano seguinte a ter tomado posse, a Fiat conseguiu obter lucros. Pela primeira vez no século XX a Fiat obtia resultados positivos e tudo graças a Marchionne, um gestor desconhecido. O renascimento do Fiat 500 contribuiu para a salvação.
Marchionne não é o típico gestor executivo de fato e gravata fechado no seu escritório a pensar em assuntos burocráticos. Pelo contrário veste sempre de preto e o seu lugar preferido são as fábricas ao andar pelas linhas de montagem em contacto com o produto e os trabalhadores. O ar despojado, barba por fazer, e cabelo comprido serviram para romper com o típico modelo executivo que reina em muitas empresas grandes. Por tudo isto Marchionne conseguiu obter a simpatia de muitos funcionários. Mas o novo executivo cedo percebeu que o futuro do grupo italiano, que detém outras marcas como a Ferrari, a Alfa Romeo, a Maseratti e a Lancia, passaria por outros mercados dado que a Europa está a ter uma recuperação ainda lenta. Daí decidiu avançar para a aquisição do grupo americano Chrysler que estava às portas da falência. Foi em 2009 que a Fiat apresentou uma proposta e muitos pensaram que seria o fim da Fiat. Pelo contrário, a passagem do know-how europeu para a marca americana ajudou a impulsionar as vendas da Chrysler.
A estratégia da compra era um investimento a médio prazo para globalizar o grupo italiano. Os motores económicos diesel da Fiat e o contributo de uma experiência vasta em design italiano fez com que as vendas da Chrysler subissem em flecha nos EUA e na Europa. No mês de Novembro atingiram um crescimento impressionante. Aquilo que era suposto começar a dar lucro só daqui a um ou dois anos acabou por dar frutos antes do tempo e surpreendeu pela positiva a Fiat. O novo Jeep Grand Cherokee foi um dos modelos que catapultou a nova Chrysler. A aposta estava ganha. Agora no final de ano 2013 Marchionne foi mais longe e conseguiu obter o total do capital da Chrysler numa operação relâmpago que custou 3,2 mil milhões de euros, ficando o negócio fechado no dia 1 de Janeiro de 2014.
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Quando Marchionne visitou pela primeira vez o edifício da Chrysler reparou nas salas dos executivos no último andar com uma vista soberba. A primeira coisa que ordenou foi fechar este piso. Um acto simbólico para castigar a falta de visão dos anteriores responsáveis da marca. A partir de então as salas passariam a ficar num sítio menos luxuoso. Marchionne conseguiu rapidamente resolver os problemas do grupo americano equilibrando o balanço. Mas parece que o executivo italiano se esqueceu da marca da casa. Por ironia do destino, agora é a vez da Chrysler "salvar" a Fiat. Os lucros obtidos pela Chrysler serviram para equilibrar os prejuízos da Fiat dentro do grupo. A empresa resgatada serve agora para ajudar a sua salvadora.
Mudança de logotipo entre modelos do grupo terá sido erro?
Já o futuro da Lancia, outra marca do grupo Fiat que foi ressuscitada recentemente, está em risco e o pequeno citadino Ypsilon poderá ser o único a "sobreviver". Todos os modelos que têm a base Chrysler mas que passaram a ostentar o logotipo da Lancia serão descontinuados. A fusão da Chrysler com a Fiat terá como objectivo criar o sétimo maior construtor de automóveis. Marchionne já confirmou que o grupo passará ter um novo nome, ainda a designar. Depois de adquirir o grupo americano, Marchionne conseguiu lançar 16 novos produtos em apenas 19 meses, mas ainda terá muito trabalho pela frente para relançar a Fiat. Se na Chrysler já é visto como um herói, dado que criou novos postos de trabalho, falta agora encontrar a chave para resolver os problemas na casa mãe. Uma das máximas de Marchionne passa por lembrar que "o sucesso nunca é permanente, precisa ser construído todos os dias". Os lucros não podem ser algo de efémero.
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