O Tiguan é o SUV de gama média da Volkswagen, situado abaixo do Touareg. A segunda versão, inteiramente nova, surge mais aprimorada do que a primeira geração no entanto a estética parece demasiado conservadora, a fazer lembrar o ... Duster. A gama de entrada arranca nos 33.428€ para a versão 1.6TDi de 115cv, um motor com pouca genica face ao peso da viatura.
A versão 2.0TDi de 150cv apresenta uma potência mais a condizer, no entanto faz-se pagar por 38.729€ o que a coloca numa fasquia mais elevado. Algo que se deveria reflectir na qualidade dos acabamentos e que na realidade não se verifica. O interior é espaçoso e confortável, óptimo para viagens longas. Vem com muito equipamento de série.
Mas quem desejar adquirir um SUV mais acessível da marca alemã se calhar é melhor esperar pela chegada do modelo compacto, abaixo do patamar do Tiguan, capaz de ombrear com o Nissan Juke, e que poderá ser fabricado no nosso país. Este novo pequeno SUV é aguardado com alguma expectativa na Autoeuropa uma vez que pode dar um novo impulso à fábrica de Palmela. Fica por saber se o impacto do escândalo do dieselgate afectou os planos da marca alemã, e se levou ao adiamento do início da sua produção.
A segunda geração do Tiguan é totalmente nova. Diga-se que a primeira geração teve um número de vendas bastante abaixo do estimado inicialmente, por isso a Volkswagen decidiu rever este modelo de cima abaixo. A versão equipada com um bloco de 2.0L TDi é aquela que se afigura a mais equilibrada para deslocar o peso da viatura sem grandes dificuldades, uma vez que responde bem em arranques e recuperações. Este motor vem associado a uma eficaz caixa manual de seis relações que disponibiliza tracção às rodas frontais. Em opção existe uma caixa automática DSG de dupla embraiagem.
Apesar de ser uma caixa bastante cómoda no pára-arranca, a DSG não se justifica já que custa 2.000€, o que atiraria o preço da versão 2.0L TDi para uns ridículos 40.000€ (!). Trás de série um sistema automático start/stop que requer alguma habituação dada a sua sensibilidade. O comportamento do novo Tiguan revela-se estável em circuitos sinuosos com a nova plataforma MQB a responder à altura. Não é 100% um todo-o-terreno, mas tem uma carroçaria robusta capaz de desafiar terrenos de média dificuldade.
A protecção inferior da carroçaria com plástico negro é visível em todos os lados da viatura incluindo as cavas das rodas. A frente é dividida em três níveis. Em cima a grelha horizontal de três frisos cromados procura diluir-se com as ópticas através da continuidade das suas linhas. Apesar de tudo parece uma linguagem algo conservadora a fazer lembrar o SUV Duster. O nível intermédio é preenchido nas laterais com uma grelha de favos hexagonais e abaixo localizam-se os faróis de nevoeiro.
O capôt mostra um duplo vinco em cada lado. Na lateral a base das portas é protegida por uma faixa cromada a fazer a transição entre o plástico e a pintura. Os espelhos retrovisores com pisca integrado são fixos na carroçaria. Uma linha de cintura vincada prolonga-se até à traseira transmitindo dinâmica ao visual e servindo para alinhar os puxadores das portas. A moldura do envidraçado lateral em cromado e as barras no tejadilho em alumínio dão um toque premium à viatura. A parte traseira segue a linguagem já vista no Golf como o pára-choques mais esculpido com arestas vivas ou os faróis recortados pela linha de costura mas mais elaborados com baixos relevos.
O interior é espaçoso, apresentando inúmeras zonas de arrumação e a visibilidade é boa, tanto à frente como atrás. A posição de condução é confortável. É capaz de levar quatro ocupantes de forma desafogada. Já um quinto passageiro notará mais dificuldade em encontrar a posição ideal. Dado o preço da viatura os materiais e os acabamentos podiam ser de melhor qualidade. Este é um calcanhar de Aquiles do novo Tiguan.
Quanto a equipamento a gama intermédia Confortline vem bem recheada com o essencial e isso reflecte-se já no preço apresentado, ou seja vem quase tudo de série. Neste caso a Volkswagen procurou fugir à táctica usada por outras marcas premium, de colocar muito equipamento de fora como opcional de forma a tornar o preço de entrada ilusoriamente mais baixo. Por exemplo basta referir os manómetros digitais no painel de bordo do condutor com cinco layouts disponíveis, um sistema de ar condicionado tri-zona, um ecrã táctil infoteinment de 8'' ou ainda um sofisticado sistema de navegação.
Mecânica
Motor: diesel, dianteiro, 4 cilindros em linha, 1968 cc, 16 válvulasAlimentação: injecção directa por rampa comum, turbo de geometria variável
Potência: 150 cv às 3000-4500 rpm
Binário: 340 Nm às 1750-3000 rpm
Tracção: dianteira
Caixa: manual 6 velocidades
Dimensões
Comprimento: 4468 mmLargura: 1836 mm
Altura: 1632 mm
Peso: 1568 kg
Mala: 502 L
Depósito: 66 L
Prestações
Velocidade máxima: 204 km/hAceleração 0-100 km/h: 9,3 s
Consumos
Combinado: 4,7 L/100kmEmissões CO2: 125 g/km
Preço
a partir de 38.729€Prós e contras
+ Consumo, motor, conforto, visibilidade interior, equipamento
- alguns pormenores construtivos, estética conservadora, preço, sistema start/stop
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