Este é o sinal de trânsito mais antigo de Lisboa



A sinalização de trânsito surgiu com o objectivo de ordenar a circulação de viaturas e evitar conflitos nas vias públicas. É frequente assistir-se a conflitos de trânsito devido a situações provocadas por condutores descuidados ou por falta de respeito para com os restantes condutores ou, ainda, por situações provocadas por mau planeamente das dimensões das vias ou ordenamento deficiente do trânsito. Mas não se pense que esta situação é um exclusivo da era moderna do automóvel. Se recuarmos ao tempo das carroças puxadas por cavalos é possível atestar a existência de conflitos entre condutores.

Precisamente na rua do Salvador em Alfama já existia um "ponto negro" onde era frequente assistir a "escaramuças" entre condutores de carroças que se cruzavam. Como a via constitui uma rampa estreita os cocheiros que desciam e os que subiam procuravam disputar de forma acesa entre si a prioridade, uma vez que era difícil o cruzamento de duas carroças. Os conflitos muitas vezes conduziam a duelos e lutas. Para colocar uma certa ordem nesta estreita rua o rei D. Pedro II mandou colocar em 1686 uma placa que estabelece a prioridade para as viaturas que sobem em detrimento das que descem. E ainda hoje é possível observar este raro sinal de trânsito escrito em pedra calcária na fachada da parede de um edifício próximo.

Trata-se do testemunho mais antigo de um sinal de trânsito na cidade de Lisboa. Escusado será dizer que o seu formato é rudimentar e pouco prático uma vez que recorre ao texto escrito para estabelecer uma regra. Uma situação que obriga à paragem do condutor para poder ler e interpretar a mensagem antes de poder avançar. Hoje os sinais de trânsito evoluíram e recorrem a imagens, códigos e formas geométricas para uma rápida e fácil interpretação da mensagem sem necessidade de paragem.

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